Uma das dúvidas frequentes é se toda criança que apresenta uma convulsão tem epilepsia.
Vamos entender primeiro o que é uma convulsão!
Toda convulsão ou crise convulsiva é uma crise epiléptica na qual existe abalo motor, isto é, algum fator levou a uma predisposição momentânea no cérebro para gerar corrente elétrica a qual vai desencadear a convulsão.
Em outras palavras, a convulsão acontece por causa de uma falha na condução elétrica no cérebro, levando à maior atividade elétrica em algum ponto suscetível deste, o que provoca os sintomas da crise convulsiva (abalos musculares, perda da consciência, salivação, e em alguns casos perda esfincteriana – diurese e evacuação espontânea durante as crises).
E a epilepsia?
Para considerar que uma pessoa que apresentou uma crise convulsiva tem epilepsia ela deverá ter mais de uma convulsão em um intervalo maior de 24h. Portanto a pessoa poderá ter uma crise convulsiva e não ter o diagnóstico de epilepsia.
Isso pode ocorrer pois o fator que levou a ocorrência da convulsão foi transitório como uma infecção já tratada que não deixou sequela, uma febre alta em crianças menores, desidratação grave levando a alteração metabólica, um trauma craniano, entre outros.
Dados americanos estimam a ocorrência de crises convulsivas em cerca de 5% da população. É uma condição muito frequente, em todas as idades, especialmente em crianças nos primeiros anos de vida.
Desta forma, uma pessoa pode ter uma ou duas convulsões pontuais durante sua vida toda e neste caso, dizemos que o paciente teve crise, convulsão, mas não tem epilepsia.