O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos do neurodesenvolvimento, ou seja, os sintomas iniciam durante a infância mas seguem com a pessoa para a vida adulta.
Vamos explora o que é o TDAH e como é feito o diagnóstico?
O que é o TDAH?
O TDAH é caracterizado por padrões persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade que interferem no funcionamento diário e no desenvolvimento da pessoa. Esses sintomas podem se manifestar de diferentes maneiras e em diversos contextos, tornando o diagnóstico desafiador.
Além disso, nem todas as pessoas com TDAH vão apresentar todos os sintomas no momento do diagnóstico, além de que os sintomas podem mudar ao longo do tempo, por isso, existe uma subdivisão em apresentações que leva em conta a maioria dos sintomas:
- TDAH predominantemente desatento: quando os sintomas de desatenção são mais importantes (também conhecido como TDA – transtorno de déficit de atenção)
- TDAH predominantemente hiperativo: quando a hiperatividade e impulsividade são os mais marcantes
- TDAH misto: quando tanto a desatenção como a hiperatividade são igualmente presentes no quadro clínico.
Como é Feito o Diagnóstico?
O diagnóstico do TDAH geralmente envolve uma abordagem multifacetada, incluindo:
1. Entrevista Clínica:
Um médico qualificado, seja neuropediatra, psiquiatra ou pediatra do desenvolvimento, realiza uma entrevista detalhada com o paciente, com pais, professores e cuidadores. Isso ajuda a obter informações sobre a história médica, comportamental e acadêmica do paciente.
2. Avaliação Comportamental:
Observações diretas do comportamento do paciente em diferentes ambientes, como na consulta médica, em casa, na escola e em outras atividades sociais, ajudam a identificar padrões de desatenção, hiperatividade e impulsividade.
3. Avaliação Médica:
Um exame médico neurológico abrangente é realizado para descartar outras condições médicas que possam estar contribuindo para os sintomas do paciente.
4. Critérios do DSM-5:
O DSM-5 , que é o manual diagnóstico e estatístico para transtornos mentais, serve como base o diagnóstico do TDAH que é clínico. Isto é, não necessitamos de exames para realizar o diagnóstico.
Para ser diagnosticado com TDAH, o paciente deve apresentar sintomas de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que causam prejuízo significativo em diferentes áreas da vida, como escola, trabalho e relacionamentos.
Quais são os critérios do DSM-5?
Os critérios diagnósticos do DSM-5 incluem 9 sinais e sintomas de desatenção e 9 de hiperatividade e impulsividade (sendo 6 de hiperatividade e 3 de impulsividade). Para realizarmos o diagnóstico a criança precisa apresentar ≥ 6 sinais e sintomas de um ou ambos os grupos. Já para adolescentes e adultos, precisa ter pelo menos 5 dos critérios em um ou ambos os grupos para o diagnóstico.
Além disso, também é fundamental que os sintomas:
- Estejam presentes muitas vezes há pelo menos 6 meses
- Sejam mais pronunciados do que o esperado para o nível de desenvolvimento da criança
- Ocorram em pelo menos 2 situações, como por exemplo, em casa e na escola
- Estejam presentes antes dos 12 anos de idade
- Causem prejuízos para o paciente, interferindo em sua capacidade funcional em casa, na escola ou no trabalho.
- Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou outro transtorno psicótico e não são mais bem explicados por outro transtorno mental ou uso de substâncias.
Os critérios avaliados são:
1. Desatenção:
- Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades
- Frequentemente tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas
- Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente
- Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho
- Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades
- Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado
- Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades
- Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos
- Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas
2. Hiperatividade e Impulsividade:
- Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira.
- Frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado
- Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado.
- Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente.
- Com frequência “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado”
- Frequentemente fala demais.
- Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída
- Frequentemente tem dificuldade para esperar a sua vez
- Frequentemente interrompe ou se intromete em conversas, jogos ou atividades
Conclusão
O diagnóstico de TDAH é complexo e requer uma avaliação abrangente por profissionais de saúde qualificados. Compreender os critérios do DSM-5 e o processo de diagnóstico é crucial para garantir o tratamento e o suporte adequados para pessoas com TDAH.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando desafios relacionados ao TDAH, não hesite em buscar ajuda profissional.
Se quiser saber mais sobre o assunto, convido a seguir meu instagram onde há mais posts sobre o TDAH e seus diferenciais.